Quando o teste da orelhinha falha, os pais correm atrás de ajuda em profissionais como pediatras, fonoaudiólogos ou otorrinolaringologistas para receber aconselhamento.
Após a consulta a criança será submetida a outras provas que vão testar o funcionamento das vias auditivas no cérebro de bebê, até chegar ao diagnóstico antes do primeiro mês e tratamento antes dos 6 meses.
Bebê realizando o teste da orelhinha
Porém, quando o bebê passa na triagem, ficamos despreocupados com o seguimento auditivo do recém- nascido. Antes de tudo precisamos entender que existem fatores de risco relacionados a perda auditiva de início tardio e mesmo bebês de berçário sem fatores de risco podem ter este tipo de perda.
Segundo a Interamerican Association of Pediatric Otorhinolaringology – IAPO a incidência de perda auditiva ao nascer é de 1,86/1000 nascidos vivos, o que contrasta amargamente com a prevalência de 2,7/1000 crianças com perda auditiva permanente ao redor dos 5 anos de idade.
A Joint Committee on Infant Hearing (JCIH) citou o aumento de perda auditiva em 26,8 vezes para perdas auditivas leves, e aumento de 3,4 vezes para perdas auditivas moderadas se compararmos às duas faixas etárias entre recém-nascidos e crianças em idade escolar.
Isso traz um alerta para não confiar cegamente que nosso filho não irá desenvolver perda auditiva posteriormente, mesmo com triagem auditiva normal. A seguir colocarei a lista com os principais fatores de risco para perdas auditivas tardias:
- Baixo peso ao nascimento
- Síndrome do desconforto respiratório, displasia broncopulmonar
- Ventilação assistida >36 dias/ membrana de oxigenação extracorpórea ECMO.
- Citomegalovírus, sífilis, na gestação.
- Malformações craniofaciais e da orelha interna.
- Meningite após o nascimento.
- Alterações neurodegenerativas
- Síndrome de Usher
- Traumatismo craniano
- Otite média com efusão > 3 meses.
Otite média com efusão é a principal causa de perda auditiva leve-moderada na infância.
Source: https://www.iapo.org.br/
Concluindo
Se seu bebê tem algum dos fatores de risco acima mencionados ele deverá fazer outras provas auditivas diagnósticas antes do primeiro mês, mesmo tendo uma triagem auditiva normal ao nascimento.
Por outro lado, se seu bebê não tem fatores de risco e passou no teste da orelhinha, ela precisa ser avaliada com testes validados para acompanhar o desenvolvimento neuropsicomotor aos 9, 18, e 30 meses de vida.
Caso estes testes ficarem alterados, a criança deve imediatamente fazer as provas para diagnóstico de limiares auditivos bilateralmente, com o objetivo de detectar perdas auditivas de início tardio o mais precocemente possível.